‘A escola com estrutura e protocolos protege, em vez de colocar em risco’, diz Sindicato das Escolas Particulares da região

A retomada gradual das aulas presenciais na rede particular de ensino foi autorizada pelo Decreto Municipal nº 16.559, de fevereiro de 2021. Desde então, as mais de 65 instituições filiadas ao Sindicato das Escolas Particulares do Sul Fluminense (SINEPE/SF) vêm seguindo um criterioso protocolo com diretrizes e regras de biossegurança, de modo a garantirem um retorno seguro e gradual de suas atividades escolares.

Essas escolas, colégios e faculdades particulares contam com um rigoroso controle de acesso, com a instalação de tapetes sanitizantes embebidos em solução higienizadora nas entradas; triagem e aferição de temperatura no acesso de todos os visitantes, alunos, professores e funcionários; disposição de álcool gel 70% nas salas de aulas e em áreas de circulação e a obrigatoriedade do uso de máscaras. Outras medidas envolvem a fixação de cartazes e placas de orientação sobre os cuidados necessários para a prevenção em todos os ambientes; a sinalização das carteiras, a fim de que sejam ocupadas de forma intercalada, obedecendo, assim, o distanciamento físico e o limite de ocupação determinados por lei; limpeza e práticas sistemáticas de higiene após a utilização dos ambientes; instalação de pias em pontos estratégicos para a higienização das mãos; liberação de bebedouros apenas para abastecimento de recipientes trazidos de casa e a divisão de turmas em grupos para a realização de aulas práticas.

Esse retorno gradual e seguro vem sendo acompanhado de perto e recebendo o apoio de um grupo de mães da região. “Sinto que as aulas já são mais seguras. Esse ano estamos mais conscientes em relação as medidas de segurança”, comenta a administradora Tatiana Couto, mãe de duas adolescentes, matriculadas em escolas particulares. Segundo ela, o período de aulas remotas foi crítico para as filhas: “Elas reclamavam da questão de estar fora da sala de aula, da perda de contato e dificuldade das matérias. Ficaram mais ansiosas, perderam o interesse nas atividades. São comunicativas e sentem falta de voltar para a companhia dos amigos e professores”.

Para a gerente de projetos, Cláudia Lourenço, mãe de uma criança de 2 anos, o retorno está sendo seguro e positivo para filha: “Esse é o primeiro ano letivo da minha filha. Em 3 meses de aulas presenciais, pude observar um salto enorme de desenvolvimento. Assim como eu, as outras mamães da turminha dela também tiveram a mesma percepção.”

Cláudia faz parte da iniciativa Escolas Abertas, um movimento nacional de conscientização sobre a importância das aulas presenciais e que possui o objetivo de tornar a escola atividade essencial. O grupo pauta suas reivindicações pelo retorno presencial em estudos científicos de especialistas na área infantil, além de considerar a baixa suscetibilidade da COVID-19 em crianças e adolescentes.

“Sinto segurança na forma como a escola da minha filha segue o protocolo de saúde. Minha filha ama ir para a escola! No período do “super feriadão” que nossa região instituiu, ficamos uma semana sem aula. Ela pedia para colocar o uniforme, colocava a mochila nas costas e ficava na porta de casa esperando para ir para escola. A criança pequena necessita da experiência da vivência para aprender. Em casa conseguimos ensinar algumas coisas para nossos filhos, mas a interação com os amiguinhos num ambiente preparado e seguro, é só na escola”, acrescenta Cláudia.

De acordo com Cláudio Menchise, presidente do SINEPE/SF, o ambiente escolar vai muito além da instrução formal, sendo atividade essencial para o desenvolvimento social, emocional e psicológico da criança e do adolescente. Ele afirma que cerca de 55 mil estudantes estejam sendo impactados pelo modelo remoto de ensino, o que vem gerando diversas perdas, como o déficit permanente no aprendizado, piora do quadro nutricional, aumento do sedentarismo, perdas cognitivas e aumento na incidência de quadros de transtornos mentais. “Considerando as desigualdades, as opções de continuidade da aprendizagem em casa não se deram de modo igual para todos. Os impactos sobre a aprendizagem e a desigualdade nos sistemas educativos, sobre a trajetória laboral e o rendimento futuro dos jovens está sendo enorme. Por exemplo, estamos percebemos um grande aumento no número de alunos apresentando atestados médico com casos de síndrome do pânico e transtorno de ansiedade”, acrescenta.

Para ele, o Brasil enfrenta a maior quarentena escolar do mundo, sendo urgente a retomada do ensino presencial de modo gradual e seguro, garantindo o direito de crianças e adolescentes à educação e preservando sua saúde, dos profissionais da educação e de suas famílias.

 

Fonte: Diário do Vale